Certo escritor disse: “Liberdade é o espaço que a felicidade precisa.” Mas, será isto verdade à luz da Palavra de Deus?
Quantas vezes já te deparaste com o pensamento: “estou desejoso(a) de ser maior de idade e, assim, poder fazer o que quero e como quero!”? Atrelado a este pensamento vem a ideia de que quando puderes fazer as tuas próprias escolhas e tomares as tuas próprias decisões, serás mais feliz.
Contudo, não é bem assim! Teres liberdade de escolha e de decisão não implica necessariamente que serás mais feliz. Até porque o tipo de liberdade que almejas não é exatamente o tipo de liberdade que Deus te quer dar. E esta sim, traz verdadeira felicidade.
Refletindo na parábola do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32), contada por Jesus, percebemos que o filho mais novo tinha a perspetiva errada, já mencionada, sobre a liberdade. Ele queria experimentar o que até ali nunca havia experimentado, os prazeres do mundo, fazer as suas próprias escolhas e tomar as suas próprias decisões, achando que assim seria mais feliz.
No entanto, com o desenrolar da história, percebemos que toda a sua felicidade estava alicerçada em prazeres vazios e momentâneos. Quando esses alicerces lhe faltaram, o desespero tomou conta dele. O seu primeiro pensamento não foi: “Ainda bem que saí da casa do meu pai para poder desfrutar de tudo que até aqui não tinha desfrutado. Correu mal, mas paciência, pelo menos desfrutei!” Nada disso! O seu pensamento foi de profunda tristeza e arrependimento: “Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores” (Lucas 15:18-19, ARC).
O filho mais novo entendeu que nunca deveria ter desejado estar longe do seu pai. Aquela experiência desesperadora fê-lo compreender que a sua felicidade inicial se devia somente ao cuidado e proteção do seu pai.
Entendemos, pelo contexto, que Jesus está a comparar o pai da parábola a Deus. Logo, a conclusão a que chegamos é que ninguém é feliz longe de Deus. Liberdade sem compromisso com Ele e com a Sua verdade é libertinagem. Essa jamais poderá gerar felicidade, já que vai redundar no pecado. A Bíblia alerta-nos, “o salário do pecado é a morte”! (Romanos 6:23, ARC).
Ser livre não é fazer tudo o que se quer. Não! Muitas vezes, isso é loucura.
Ser livre é ser feliz fazendo o que se deve. É ter a coragem de dizer não aos desejos que se sabe, pela Palavra de Deus, que serão destrutivos.
Na sua carta aos Coríntios, Paulo expõe a perspetiva que deve nortear os cristãos: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.” (1 Coríntios 10:23, ARC)
Quando aceitaste Cristo como teu Salvador, Ele trouxe a verdadeira liberdade à tua vida. Ele libertou-te da escravidão do pecado. Agora tens capacidade para decidir se queres seguir a Jesus ou as tuas próprias vontades.
Certamente, o desejo de experimentares algo que não deves, irá surgir muitas vezes na tua mente. Mas não desesperes! Na carta que escreveu aos irmãos da Galácia, Paulo explica que esse desejo de querer fazer o que não é certo estará sempre dentro de ti. Ele explica que existe uma luta dentro de ti e que só vencerá aquele a quem tu deres lugar.
Ou seja, a tua natureza pecaminosa e o Espírito Santo lutam constantemente dentro de ti, procurando dirigir a tua vida. Se obedeceres à vontade da carne, ela dominar-te-á. Contudo, se obedeceres à vontade do Espírito, então Ele poderá guiar-te, cuidar da tua vida e produzir o Seu Fruto em ti (“amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. (…)” (Gálatas 5:22-23 ARA).
É verdade que pode não ser fácil contrariar as tuas vontades, mas com a ajuda de Deus é possível. Por isso, o conselho que te deixo é o mesmo que Paulo deixou aos irmãos da Galácia: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão.” (Gálatas 5:1, ARA)
Sara Fontes
Evangelista
AD Covilhã