O Pai Perfeito


 Quando somos crianças, a nossa ingenuidade faz-nos acreditar que o nosso pai é um super-herói infalível e imbatível. No dia do pai somos desafiados pela professora a recortar uma foto da cara do nosso pai e a colá-la sobre a foto de um homem que usa cuecas por cima das calças, uma capa às costas, um S desenhado ao peito e que voa com um braço esticado. Somos ensinados a valorizar o super-homem a quem chamamos pai. 


Esse é um bom ensinamento! Devemos honrar o nosso pai e agradecer o sacrifício que ele faz para nos sustentar e educar. Deus manda honrar o pai e a mãe, e tem uma promessa para quem cumpre esse mandamento: “Assim serás feliz e gozarás de uma longa vida sobre a terra.” (Efésios 6:3, BPT)


Quando começamos a tornar-nos adultos, a Sr.ª Ingenuidade desaparece e entra em cena a Sr.ª Realidade, que nos revela que afinal o nosso pai é um homem imperfeito. Por causa disso, o nosso pai começa a perder autoridade sobre a nossa vida e a nossa tendência é a rebeldia. A título de exemplo, o nosso discurso rebelde é mais ou menos assim: “O meu pai disse-me que eu só posso começar a namorar quando tiver 18 anos, mas com a minha idade ia para os bailes fazer-se às garinas! Eu é que sei quando é que vou começar a namorar!” Ou então assim: “O meu pai não percebe por aquilo que eu estou a passar, porque no tempo dele era diferente. Eu vou resolver isto à minha maneira!” 


Preciso de te dizer que os nossos gritos de rebeldia, magoam o coração de Deus e são uma desobediência ao seu mandamento: “Filhos, em nome da vossa fé no Senhor, obedeçam aos vossos pais, pois assim é que deve ser.” (Efésios 6:1, BPT). É facto que os nossos pais são imperfeitos e por vezes tomam decisões erradas, mas são eles que assumem a responsabilidade sempre que alguma decisão corre ao contrário daquilo que desejávamos. Um bom pai, mesmo sendo imperfeito, assumirá sempre a responsabilidade pelos filhos!


Eu tenho 35 anos e o meu pai continua a ser a pessoa em quem mais confio e a quem mais consulto antes de tomar uma decisão importante. O meu pai continua a assumir a responsabilidade sempre que fico enrascado por uma má decisão. O meu avô paterno tem 93 anos e ainda hoje assume a responsabilidade pelos filhos, pois todos os dias ele ora por aqueles que se afastaram de Deus. A pouco e pouco as suas orações têm sido ouvidas e dois deles já se reconciliaram com Deus e voltaram para a Igreja.


Hoje sou pai e consigo perceber melhor o sacrifício que o meu pai faz por mim e pelo meu irmão. Claro que me esforço por ser o super-herói dos meus filhos, mas o que mais desejo é que eles percebam que o meu superpoder vem de Deus, O Pai Perfeito! A tua experiência como filho pode ser diferente da minha. Podes ser órfão ou ter um pai ausente por causa de um divórcio, mas lembra-te que Jesus, o Filho de Deus, é o verdadeiro Super-herói que derrotou o pecado e a morte para que também tu possas ser filho do Pai Perfeito!


Ivo Mateus

Soure (Missão AD Coimbra)