O tráfico de seres humanos produz perto de 150 mil milhões de euros, à custa de cerca de 40 milhões de pessoas exploradas, sendo que 79% dessas pessoas são exploradas sexualmente. Em 2019, um dos sites de pornografia mais conhecidos, recebeu qualquer coisa como 42 mil milhões de visitas. São números assustadores…
O FIM DA INOCÊNCIA
Quando as crianças são pequenas, costumamos dizer que vivem na idade da inocência. Assumimos que os comportamentos não são propositados até uma cerca idade/fase, que não têm pensamentos ou ações maldosas de propósito. Mas à medida que vão crescendo, essa “inocência” vai acabando. Começam a ter ações planeadas, pensamentos menos bons, dizem coisas menos positivas. Por causa do pecado, ninguém escapa disso (Romanos 3:23,24).
Enquanto a inocência acaba, começa uma idade complicada, a da adolescência, em que existe um reforço dos comportamentos que vão sendo desenvolvidos ou aprendidos com outros. Com as redes sociais, a Internet sempre à mão, smartphones, tablets e outras coisas que supostamente tornariam a nossa vida mais fácil, a inocência esgota-se e a pornografia é mais uma das feridas que faz essa inocência perder-se.
Quando se vê pornografia pela primeira vez, não se consegue esquecer. E quanto mais se consome, mais parece uma droga. Precisamos sempre de mais uma e outra dose, cada vez “maior” para satisfazer o vício. Podes acreditar na minha palavra, porque vivi agarrado à pornografia quase 15 anos.
UM ABISMO CHAMA OUTRO ABISMO
A Bíblia avisa-nos claramente de que um abismo chama outro (Salmo 42:7) e isso não é por acaso. A partir da altura em que Adão e Eva pecaram (Génesis 3:6,7), entrámos numa espiral descendente (Génesis 3:12-19) e isso não tem poupado famílias (Génesis 4:8) e multidões de gente (Génesis 6:5). Tal como o bezerro de ouro (Êxodo 32:4), a pornografia tornou-se um foco de idolatria. Essa idolatria gera um aumento da possibilidade de gravidez na adolescência, provoca um mau desenvolvimento sexual, aumenta o risco de depressão e cria noções distorcidas e expectativas irreais relativamente à sexualidade humana.
Se a Bíblia nos fala de abismos a chamarem outros, um filósofo alemão chamado Nietzsche escreveu que se olharmos para dentro de um abismo, o abismo vai olhar para dentro de nós também. E quando um abismo, como o da pornografia, olha para dentro de nós, faz isso de modo que seja aparentemente saboroso, excitante e satisfatório. Só que não…
UMA LUZ, UMA ESPERANÇA, UMA SOLUÇÃO
Não é uma luta fácil. Quem está envolvido com qualquer tipo de vício, precisa de dar o primeiro passo para ser ajudado/a (sim, porque o sexo feminino cada vez mais consome pornografia). Sem admitir que tem um problema e precisa de o resolver, não vai conseguir ir muito longe. Segundo Freud, vai-se viver num estado que é um misto de negação (vive-se como se o problema não existisse) e repressão (tapa-se o problema porque é demasiado difícil lidar com ele). As trevas embrulham a pessoa, até que algo ou alguém as rompa. E quem as rompe sem problemas é Jesus. É Ele que nos vai fazer mudar de estarmos embrulhados em trevas, para caminhar na luz (1 Pedro 2:9).
Podemos dizer que a luz ao fundo do túnel para qualquer vício ou problema, é Jesus (João 8:12). Ele é a luz que brilha nas trevas (João 1:5), o Sol da justiça (Malaquias 4:2) que nos ilumina e nos mostra que há um caminho, uma verdade e uma vida (João 14:6) para fora do contexto da pornografia. E o primeiro passo após reconhecer que temos um problema, é pedir ajuda, como fez Pedro quando as águas o começaram a engolir e se começou a afogar (Mateus 14:28-30). Esta não é uma luta fácil, mas é uma luta na qual há vitória. O pecado está sempre à espreita (Génesis 4:7) e o diabo não vai tornar a tua luta fácil (1 Pedro 5:8), mas a vitória é possível e real, porque quando pedimos ajuda a Jesus, como fez Bartimeu (Marcos 10:47), essa ajuda vem (Salmos 13:5, 18:2, 38:22).
Se estás a lutar para ultrapassar este abismo, não percas mais tempo. Fala com alguém da tua confiança, que seja espiritualmente maduro e um bom exemplo de vida com Cristo. Procura quem possa ser teu companheiro de corrida e dá o primeiro passo.
Ricardo Rosa
Aluno CSTAD
AD Caldas da Rainha